Posteriormente a tempestade de ideias e
introdução, vem o
desenvolvimento, a argumentação, e como a dissertação argumentativa visa demonstrar a verdade de
um fato, essa é a hora de impressionar
a banca examinadora e mostrar tudo o que se sabe sobre o tema proposto, através de uma argumentação consistente. Essa é a hora de vender seu peixe, para isso, apoie-se nos diversos tipos
de argumentos e impressione seus avaliadores.
Alguns tipos de argumentos:
1. Argumento
de Autoridade: citar uma opinião de uma autoridade que tem prestígio
e crédito com
relação ao assunto que está sendo tratado, um especialista, dados de
instituição
de pesquisa, uma frase dita por alguém, líder ou político, algum artista
famoso ou
algum pensador, enfim, uma autoridade no assunto abordado. Se bem
utilizado, é
um argumento difícil de ser refutado.
Obs.: a frase citada deve vir entre aspas.
2. Argumento
de Exemplificação ou Ilustração: a exemplificação consiste no relato de
um pequeno
fato (real ou fictício). Esse recurso argumentativo é amplamente usado
quando a tese
defendida é muito teórica e carece de esclarecimentos com mais
dados
concretos.
3. Argumento
por Causa e Consequência: Para comprovar uma tese, você pode buscar as
relações de causa (os motivos, os
porquês) e de consequência (os efeitos). Algumas expressões indicadoras
de:
- causa: por causa de, graças a, em virtude
de, em vista de, devido a, por
motivo de.
- consequência:
consequentemente, em decorrência, como resultado,
efeito de.
Algumas expressões
que podem ser usadas para abordar temas com
divergência de opiniões:
- em contrapartida,
se por um lado... / por outro... , enquanto uns
afirmam... / outros dizem que...
4. Argumento baseado no senso comum (que não é tão legal) :
basear-se no senso comum também pode ser uma estratégia argumentativa bem sucedida.
Proposições como: "não se faz um grande país sem investimentos em educação" e
"a destruição de meio ambiente causará sérios problemas às gerações futuras"
são tidas pela sociedade como verdadeiras. Por outro lado, deve-se tomar cuidado com
opiniões sem
validade científica, preconceituosas, etnocêntricas.
5. Argumentação por raciocínio lógico: A criação de
relações de causa e efeito é
um recurso utilizado para demonstrar que uma conclusão
(afirmada no texto) é
necessária, e não fruto de uma interpretação pessoal que
pode ser contestada.
O professor Francisco Platão Savioli, do Anglo Vestibulares, costuma dizer que a redação do Enem pretende medir o quão engajado são os candidatos que participam da provam e se eles têm capacidade de pensar pela própria cabeça. "Isso não significa que é preciso escrever uma teoria revolucionária na redação. Mas o estudante deve demonstrar certa originalidade", diz.
Valem, portanto, as orientações a seguir:
1. Não copie trechos dos textos de apoio
A cópia, mesmo que de uma única frase, pode ser desastrosa para a nota final. Os textos de apoio (como o próprio nome diz) devem servir exclusivamente para isso: auxiliar o candidato na construção de seus próprios argumentos.
"Quanto mais um aluno copia, mais mostra ao avaliador que não tem informações suficientes sobre o assunto tratado", adverte a professora Eclícia Pereira, do Cursinho da Poli.
2. Evite parafrasear trechos dos textos de apoio
Parafrasear é escrever a mesma coisa, mas utilizando-se de outras palavras. Assim como copiar um trecho, parafraseá-lo também é uma péssima saída. Confira um exemplo de paráfrase a seguir:
Trecho original: "É preciso que ocorram transformações urgentes no sistema de ensino do país".
Paráfrase: "São necessárias mudanças imediatas na educação brasileira".
3. Use seu repertório:
Tiago Fernandes, professor do CPV Vestibulares, ressalta que os corretores da prova esperam que o aluno vá além dos textos de apoio, adicionando informações novas à discussão. Por isso, além de reelaborar as ideias dos textos de apoio é fundamental que o estudante as associe à sua própria realidade. Uma ideia nova, ainda que limitada, vale mais do que a repetição indiscriminada de outras ideias.
4. Informe-se o máximo possível
A única forma de ampliar o repertório e, assim, melhorar o desempenho na argumentação é buscar informações, seja nos jornais, na TV, na internet, com os amigos, em passeios etc.. Segundo professores, nas últimas semanas que antecedem o Enem, "vale tudo para se antenar".
O professor Platão, afirma que há dois erros recorrentes entre os estudantes na hora de defender seus argumentos. O primeiro é a crítica pela crítica, ou seja, atacar algo ou alguém sem argumentação. O segundo ocorre quando o estudante ignora posições contrárias às dele.
1. Crítica pela crítica
O estudante não apresenta justificativas para criticar os opositores da construção, mas insiste no posicionamento.
Exemplo:
"Os ecologistas são contrários ao progresso e deveriam viver na Idade Média."
Solução:
Após cada crítica, faça uma simples pergunta: por quê?. Se tiver uma resposta para ela, a crítica pode ficar de pé. Caso contrário, estão faltando argumentos para sustentar a posição.
2. Ignorar outros pontos de vista
O estudante não pode ignorar posições discordantes da que defende. Um bom argumento, explica o professor, não anula os demais, mas torna-se preferível em relação aos demais.
Exemplo:
O estudante é favorável à construção da usina, sabe que isso implica em custos ambientais, mas ignora esse fato, devidamente apontado pelos textos de apoio.
Solução:
Não há problema algum no fato de o estudante defender que, a despeito de perdas, a construção da usina se justifica, dada a importância do fornecimento de energia proveniente da construção. Ele pode considerar isso um problema menor, deixando claro que conhece a situação. Um bom argumento, diz o professor Platão, reconhece a complexidade das questões.
Um bom argumento precisa, é claro, ser convincente. Para isso, é importante que ele tenha certo apelo (ou seja, desperte a atenção das pessoas) e que não seja facilmente derrubado. O professor, dá exemplos de argumentos mais ou menos eficientes usados em campanhas de saúde para desestimular o cigarro e o álcool
Cigarro:
1. Fumar é prejudicial à saúde
2. Fumar causa câncer e doenças respiratórias
Álcool:
1. Aliar bebida e direção é perigoso, pois o álcool inibe os reflexos motores
2. O consumo de álcool é responsável por muitas mortes nas estradas
Em ambos os casos, diz Platão, os argumentos de número 2 são mais efetivos. Os dois informam de forma mais direta e contundente os efeitos nocivos do cigarro e do álcool, respectivamente. Além disso, é impossível desmentir as informações ali contidas.
Referências:
Colégio Classea
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