Hoje vamos começar por
uma das dúvidas mais frequentes dos alunos na hora de escrever a redação: “Como
eu devo começar?”
Vou dar aqui algumas
dicas que ajudarão a tornar esse temido começo algo mais fácil e simples.
Contudo, lembrem-se: só com a prática você vai ter segurança para fazer o texto
e vai fazê-lo de forma cada vez mais rápida.
Vamos lá, então?
Primeiro, tem alguns
conceitos que eu gostaria de relembrar:
1)
TEMA: é o assunto a ser desenvolvido em seu texto. É aquilo
que já vem no seu caderno de questões, geralmente precedido de textos-base e a
frase “Com base em seus conhecimentos sobre o assunto e os textos de apoio,
desenvolva um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema:”.
2) TESE: é a ideia central, lançada na
introdução. É o ponto de vista definido acerca do tema proposto. Atenção: deve ser sobre o tema, mas NÃO é a
mesma coisa que o tema. O tema pode ser bem abrangente, e a tese vai ser a sua
opinião acerca do tema, delimitando-o. Os textos de apoio devem ser lidos com bastante
atenção, pois, muitas vezes, é através deles que você vai perceber qual é o
aspecto do tema que deve ser abordado por você em seu texto, e, com base nisso,
você vai escolher qual a sua opinião e apresentá-la como sua tese.
Tendo
esses dois conceitos em mente, vamos entender agora o que é a introdução. A
introdução é o primeiro parágrafo da sua redação. Ele vai ser a primeira
impressão do leitor sobre seu texto, e todos nós queremos passar uma boa
primeira impressão, não é? Então caprichem. Se sua introdução for bem feita, já
é metade do caminho para que o corretor se interesse pelo seu texto e queira
lê-lo com atenção até o fim. Tenha em mente que a introdução vai ser a “porta
de entrada” para seu texto. Quanto mais bonita e convidativa, mais garantido é
o interesse por ela.
O QUE
A INTRODUÇÃO PRECISA TER?
Toda introdução deve apresentar os dois
elementos que estão conceituados aí em cima: o TEMA e a TESE. Mas atenção: o
tema NÃO pode estar transcrito no seu texto igualzinho a como ele veio no seu caderno
de questões. Para iniciar a introdução, deve-se CONTEXTUALIZAR o tema. Ou seja,
dizer sobre o que o seu texto vai falar. Há várias formas de se fazer isso e
vou dar algumas dicas daqui a pouquinho. Após essa contextualização, deve-se
apresentar a sua tese, ou seja, a sua opinião sobre o assunto. Algumas pessoas
gostam de apresentar brevemente seus argumentos na introdução. Isso é OPCIONAL,
você pode ou não fazer isso. Cabe a você escolher a forma que você prefere.
QUAL
DEVE SER A ESTRUTURA DA INTRODUÇÃO?
A introdução deve ter entre 4 e 6 linhas (nem
mais, nem menos). Deve ser escrita de forma clara e objetiva, usando a
linguagem padrão (não coloquial) e evitando gírias, ditados ou frases feitas
(assim como todo o resto do texto).
TIPOS
DE INTRODUÇÃO
Existem várias formas de se iniciar o texto.
Você deve escolher aquele que se sentir mais confortável e seguro. O mais importante é você cumprir com os objetivos de um parágrafo de
introdução.
- HIPÓTESE:
•
Traz o
ponto de vista a ser defendido, ou seja, a tese que se pretende provar durante
o desenvolvimento. Evidentemente a tese será retomada – e não copiada - na
conclusão.
Ex: A
questão da violência contra o menor tem origem na miséria - a principal
responsável pela desagregação familiar.
- PERGUNTAS:
•
Constitui-se
de uma série de perguntas sobre o tema. CUIDADO: Toda pergunta que você fizer
no seu texto deve ser respondida. Então tome cuidado para não fazer muitas
perguntas e deixar de responder alguma.
Ex:
É possível imaginar o Brasil como um país desenvolvido e com justiça social
enquanto existir tanta violência contra o menor?
- COMPARAÇÃO – POR
SEMELHANÇA OU OPOSIÇÃO:
·
Procura-se
neste tipo de introdução mostrar como o tema, ou aspectos dele, se assemelham -
ou se opõem - a outros.
Ex: É comum encontrar crianças de dez anos de idade vendendo balas nas esquinas brasileiras. Na França, nos EUA ou na Inglaterra - países desenvolvidos - nessa idade as crianças estão na escola e não submetidas a violência das ruas.
Ex: É comum encontrar crianças de dez anos de idade vendendo balas nas esquinas brasileiras. Na França, nos EUA ou na Inglaterra - países desenvolvidos - nessa idade as crianças estão na escola e não submetidas a violência das ruas.
- DEFINIÇÃO:
·
Parte da
definição do significado do tema, ou de uma parte dele. Vale perceber que há,
muitas vezes, mais de uma maneira de se definir algo e, portanto a escolha da
definição mais adequada dependera do ponto de vista a ser defendido.
Ex: Menor: o mais pequeno, de segundo plano, inferior, aquele que não atingiu a maioridade. O uso da palavra “menor” para se referir às crianças no Brasil já demonstra como são tratadas: em segundo plano.
Ex: Menor: o mais pequeno, de segundo plano, inferior, aquele que não atingiu a maioridade. O uso da palavra “menor” para se referir às crianças no Brasil já demonstra como são tratadas: em segundo plano.
- CONTESTAÇÃO:
•
Contesta
uma ideia ou uma citação conhecida.
Ex: O
Brasil é o país do futuro. A criança é o futuro do país. Ora, se a criança no
Brasil passa fome, é submetida às mais diversas formas de violência física, não
tem escola, nem saúde, como pode ser esse o país do futuro? Ou será que a
criança não é o futuro do país?
- NARRAÇÃO:
·
Trata-se
de contar um pequeno fato de relevância como ponto de partida para a análise do
tema. Cuidado, ao fazer este tipo de introdução, para não cometer o erro de
contar um fato sem relevância, ou transformar toda sua dissertação em uma
narrativa.
Ex: Sentar numa frigideira com óleo quente foi o castigo imposto ao pequeno D., de um ano e meio, pelo pai, alcoólatra. Temendo ser preso, ele levou a criança a um hospital uma semana depois. A mulher, também vítima de espancamentos, o denunciou à polícia. O agressor fugiu.
Ex: Sentar numa frigideira com óleo quente foi o castigo imposto ao pequeno D., de um ano e meio, pelo pai, alcoólatra. Temendo ser preso, ele levou a criança a um hospital uma semana depois. A mulher, também vítima de espancamentos, o denunciou à polícia. O agressor fugiu.
-
ESTATÍSTICA:
·
Consiste
em se apresentar dados estatísticos relativos à questão a ser tratada. Veja que
o dado estatístico, muitas vezes, não diz nada por si só. E necessário que ele
apareça acompanhado de uma análise criteriosa.
Ex: Quarenta mil crianças morreram hoje no mundo, vítimas de doenças comuns combinadas com a desnutrição. Para cada criança que morreu hoje, muitas outras vivem com a saúde debilitada. Entre os sobreviventes, metade nunca colocará os pés em uma sala de aula. Isso não é uma catástrofe futura. Isso aconteceu ontem, está acontecendo hoje. E irá acontecer amanhã, exceto se o mundo decidir proteger suas crianças.
Ex: Quarenta mil crianças morreram hoje no mundo, vítimas de doenças comuns combinadas com a desnutrição. Para cada criança que morreu hoje, muitas outras vivem com a saúde debilitada. Entre os sobreviventes, metade nunca colocará os pés em uma sala de aula. Isso não é uma catástrofe futura. Isso aconteceu ontem, está acontecendo hoje. E irá acontecer amanhã, exceto se o mundo decidir proteger suas crianças.
- ALUSÃO
HISTÓRICA:
•
Pode
ocupar parte do parágrafo explicando fatos do passado ou presente. Trata-se de
iniciar um parágrafo, fazendo alusão a um fato acontecido, real ou fictício.
Ex: Em algum dia, perdido na noite dos tempos, há
cerca de seis mil anos, o homem lançou seu primeiro barco na água, e,
flutuando, movimentou-se pela primeira vez fora de terra firme.
FRASES-MODELO PARA O INÍCIO DA INTRODUÇÃO:
Apresento, aqui, algumas frases
que podem ajudar, para iniciar a introdução. Não tomem estas frases como
receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje
incansavelmente o desenvolvimento para ter certeza daquilo que será incluso em
sua dissertação. Só depois disso, use estas frases:
É de fundamental importância o (a) ....
É indiscutível que ... / É inegável que ...
Muito se discute a importância de ...
Comenta-se, com freqüência, a respeito de ...
Não raro, toma-se conhecimento, por meio de ..., de
Apesar de muitos acreditarem que .... (refutação)
Ao contrário do que muitos acreditam ... (refutação)
Pode-se afirmar que, em razão de ...( devido a, pelo ) ...
Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir as causas de ....
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual ...
Ao analisar o (a, os, as) ... , é possível conhecer o (a, os, as) .... , pois ...
É indiscutível que ... / É inegável que ...
Muito se discute a importância de ...
Comenta-se, com freqüência, a respeito de ...
Não raro, toma-se conhecimento, por meio de ..., de
Apesar de muitos acreditarem que .... (refutação)
Ao contrário do que muitos acreditam ... (refutação)
Pode-se afirmar que, em razão de ...( devido a, pelo ) ...
Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir as causas de ....
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual ...
Ao analisar o (a, os, as) ... , é possível conhecer o (a, os, as) .... , pois ...
Um site que eu indico
para quem quiser complementar as informações é esse: http://soumaisenem.com.br/portugues/dissertacao-argumentativa/o-paragrafo-de-introducao
Bom, é isso. Espero
que tenha ajudado e clareado um pouco as suas ideias.
Lembre-se: o segredo
de tudo é a prática!
Bons estudos!
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Suzana Pacheco Liberal
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